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O Centro Espírita
Autor: Vianna de Carvalho (espírito)
A medida que a Doutrina Espírita alcançava as
mentes e os corações ansiosos de esclarecimento
e consolo, aumentando a carga de trabalho do
ínclito Codificador eis que ele fundou a 1º de
Abril de 1858 a Sociedade Parisiense de Estudos
Espíritas, que funcionou inicialmente na galeria
de Valois, n° 35 em Palais-Royal.
Pára que ficassem definidos os seus objetivos,
declarou-os no Artigo 1° do seu Regulamento:
-Tem por finalidade precípua o estudo dos
fenômenos espíritas e das suas aplicações, as
manifestações morais, físicas, psicológicas e
históricas da sociedade.
Como continuasse a crescer o número de
interessados no estudo dos postulados
espiritistas, providenciou a ampliação do
Regulamento ainda no mesmo ano, de forma a
compatibilizar os interesses gerais com os
fundamentos doutrinários da novel Ciência
filosófica e religiosa.
Esse cuidado especial do mestre lionês
preservaria a mensagem reveladora dos enxertos
e adulterações que sempre ocorrem, na razão
direta em que se expandem, em que se
popularizam as idéias novas.
Dessa forma, aquela Sociedade se tornaria o
primeiro Centro Espírita onde os debates
saudáveis e os desdobramentos dos conteúdos
científicos, filosóficos, morais e religiosos da
Doutrina encontrariam campo para serem
aprofundados.
Sob a sua presidência, as discussões
permaneciam em alto nível e quando se
tornavam acaloradas, a sua intervenção sábia
acalmava os ânimos a sua autoridade moral e
cultural silenciava os mais renitentes. Outrossim,
ali teriam lugar as memoráveis tertúlias
espirituais, quando venerandas Entidades,
utilizando-se de médiuns sérios e dedicados
ofereciam lições ricas de sabedoria consolando e
iluminando os membros atenciosos interessados
no próprio desenvolvimento intelecto-moral bem
como no da Humanidade para a qual veio o
Espiritismo.
Dirimiam-se dificuldades de interpretação e
consolidavam-se no seu recinto as bases do
pensamento espírita com vistas ao porvir da
sociedade humana.
Exemplo, verdadeiro modelo de instituição, a
Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas deixou
precioso legado, que o Centro Espírita moderno
atualiza e mantém.
Célula máter do Movimento por facultar-lhe o
desenvolvimento e propagá-lo, é escola de
relevante importância para quantos se
interessam pelo Espiritismo.
É escola, por oferecer os mais significativos
recursos culturais para a educação das almas,
encarnadas ou não.
No seu labor desdobram-se as instruções que
capacitam o aprendiz à conquista de uma
existência feliz, enquanto adquire discernimento
para conduzir-se com acerto. Ao mesmo tempo,
propõe o limar das arestas e o disciplinar da
conduta, aprimorando-a e condicionando-a às
lições éticas do Evangelho de Jesus, desvelado
pela interpretação racional que haure na
Codificação.
Doutrina eminentemente educativa, o Espiritismo
tem a ver com todos os ramos do conhecimento,
por isso mesmo conclamando ao seu estudo
sistematizado e cuidadoso, bem como à sua
reflexão meticulosa. Nas suas classes ressaltam
os valores da inteligência e da razão para serem
cultivados, aplicados no comportamento como
roteiro de segurança.
Igualmente é oficina de trabalho, por ensejar
atividades múltiplas em benefício do próximo e
da comunidade.
Sem lugar para a ociosidade dourada ou para a
indiferença mórbida, a ação dignificadora nele se
desdobra em mil expressões que elevam o ser.
completando-o, planificando-o, dando-lhe
sentido psicológico a existência planetária.
Desde a sua administração na busca incessante
de qualidade até os serviços mais humildes quão
indispensáveis, é celeiro de paz que resulta da
valiosa aplicação das horas dos seus membros
no trabalho libertador.
Da mesma forma é templo de oração, destituído
de ritualística, de cerimonial, de qualquer tipo de
culto externa, caracterizando-se pela
simplicidade, sendo agradável e propicio à
elevação dos pensamentos a Deus e à ação da
caridade em todas as suas expressões.
Nas suas dependências devam ser preservadas os
valores morais, a compostura, a dinâmica do
amor, a fim de que a perfeita sintonia com Deus
Jesus e os Espíritos Nobres tornem-no ambiente
saturado por sutis vibrações, que proporcionam
a paz e a renovação.
Lugar de reequilibro e de harmonia, é, também,
hospital de almas no qual terapias
especializadas-passes água fluidificada
(bioenergia), oração, desobsessão e iluminação
de consciência -facultem a saúde do corpo, da
mente e do espírito, emulando o paciente ao
avanço, à vitória sobre si mesmo, sobre as
paixões primitivas, que nele predominam.
Não pode ser confundido, porém, com
Nosocômios, Casas de Saúde, Clinicas Médicas e
semelhantes, competindo com as mesmas,
portadoras de bases acadêmicas, pois que
desvirtuaria a sua finalidade essencial passando
a conflitar com as Entidades especializadas no
mister, as quais deve auxiliar e não produzir
perturbação.
No seu ambiente não há lugar para exibicionismo
de natureza alguma que faça recordar os palcos
do mundo, nos quais se projetam os conflitos do
ego humano e as lutas características das
naturais promoções competitivas do ser.
Tampouco, pode agasalhar ou dar curso às
inovações que ressumam do orientalismo
ancestral ou das terapias alternativas atuais,
desfigurando-/he, entorpecendo-lhe a finalidade
superior.
O Centro Espírita é laboratório para experiências,
pesquisas mediúnicas elevadas e cumulativas,
que confirmam sempre os postulados básicos
exarados nas Obras fundamenteis que Allan
Kardec divulgou, completando a Codificação
Não é estanque o trabalho que nele se
desenvolve, também não é fruto dos modismos;
é isento de ortodoxias ou de atavismos; não
enseja novidades frívolas ou aterradoras, muito
do agrado daqueles que pensam nas glórias vãs
da Terra em detrimento da responsabilidade e da
seriedade que sempre devem constituir os seus
programas.
O Centro Espírita é campo de luz aberto a todos
aqueles que tateiam nas trevas da ignorância, da
presunção e do egoísmo apontando rumos de
libertação.
Atualizá-lo, sem lhe modificar os objetivos
básicos; desenvolver as suas atividades, sem lhe
alterar as estruturas ético-morais; qualificá-lo
para os grandes momentos da hora presente
como do futuro é dever de todos os espíritas,
preservando as bases doutrinárias que nele
devam viger: amor e estudo, ação da caridade
fora da qual não há salvação, assim confirmando
a promessa do Consolador, feita por Jesus, que
abriria os braços para albergar, confortar e
libertar todos aqueles que o busquem.
Página psicografada pelo médium Divaldo P.
Franco, na sessão mediúnica da noite de 25 de
julho de 1995, no Centro Espirita Caminho da
Redenção, em Salvador, Bahia.
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“À semelhança de Jesus, utiliza a verdade, a severidade, a honradez docilmente, com amor, porquanto só o amor em qualquer circunstância consegue o milagre da renovação, da esperança e da legítima saúde espiritual”. Joanna de Ângelis
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